Off!

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Não postarei por aqui por uns 2 meses, pois preciso estudar para um concurso público! Assim que passar o concurso voltaremos aos pensamentos...! 


Desejem-me sorte!

Paz e bem a todos...

Cantando ao redor do mundo!

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Stand By Me cantado ao redor do mundo, COM MAESTRIA! Contra o racismo e por um mundo unido!




Recebi um selo!

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Fui agraciado por meu amigo Junior recebendo a indicação do selo "Grandes Pensadores Da Blogosfera"

Me sinto muito honrado, não apenas pela indicação, mas por ter sido indicado por um cara que eu admiro muito e considero um verdadeiro pensador! Muito obrigado Junior, que possamos continuar pensando e repensando e buscando maior entendimento sobre Deus e a vida.

Abaixo trascrevo as regras estabelecidas pelo criador do selo Grandes Pensadores da Blogosfera indicando outros que considero ótimos pensadores..

Escolher pelo menos outros 5 blogs que condigam coma a idéia desta premiação;
Entrar em contato com os blogs premiados;
Montar uma postagem explicativa, nos moldes desta;
Ter o link do blog que o indicou;
Manter o link do selo direcionado para este post;
Apresentar os blogs homenageados;

Indicando....

1 – Wellington/Clécio “Vida De Discípulo
2 – Marcelo Dalla “Dalla Blog
3 – Alexandre Montagna "Alexandre Montagna"
4 – René Vaconcelos “Papo de Teólogo
5 – “Amando Ao Próximo

Que o desejo de pensar seja uma constante em nossas vidas!

Paz e bem, a todos!

Roubará o homem a Deus? (3ª Parte)

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Estive pensando se retomaria o assunto do dízimo para concluí-lo. Eu sinceramente não o faria, porém, nos últimos dias conheci pessoas que me deram certo incentivo. Wellington e Clécio, amigos cristãos que me incentivaram a continuar com minhas buscas, independente do fato de que nossas crenças seguem por linhas diferentes. É por esse motivo que concluirei essa postagem, de forma que os cristãos possam ter uma nova visão com relação ao tão recente dogma do dízimo.

Nas duas primeiras postagens foi exposto que:

-As primeiras ocorrências do dízimo na bíblia, os casos de Abraão e Jacó, foram situações esporádicas, seguindo tradições culturais ou votos particulares com Deus;
-A obrigatoriedade do pagamento de dízimos foi promulgada no ato da concessão da lei aos Israelitas;
-Os dízimos eram alimentos, utilizados para o sustento dos levitas, o sustento de festas religiosas e a ajuda aos pobres, viúvas e estrangeiros;

Dessa forma, veremos agora se o dízimo é uma obrigatoriedade ao cristão, e se não o for, como o cristão deve encarar o dízimo.

Sendo o dízimo uma obrigatoriedade apenas através da instituição da lei mosaica, para responder a pergunta da obrigatoriedade do mesmo para os cristãos é necessário primeiro compreender que a lei mosaica foi um pacto instituído entre YHWH e os Israelitas. Apesar do correto pensamento cristão de que muito do que é encontrado na lei mosaica é útil como ensinamento ético e moral para toda a humanidade, é inegável o fato de que todos os 613 preceitos encontrados na lei mosaica são destinados a como a comunidade de Israel deveria viver.

Acredito que chega a ser redundância apresentar versículos como forma de comprovar que a lei foi estabelecida entre Israel e YHWH, pois nos próprios textos citados na 2ª parte deste estudo, já era claro o fato de que tantos os que receberam a ordem de pagar os dízimos quanto os que os recebiam eram integrantes da comunidade judaica, não havendo qualquer menção da obrigatoriedade da lei para os outros povos. Porém veremos alguns casos.

Podemos tentar encontrar, na lei mosaica, algum mandamento que não seja destinado aos Israelitas, porém no máximo veremos referência a estrangeiros e servos. Encontramos em êxodo 22:21 um exemplo:

“O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito.”

É claro que, segundo os relatos bíblicos, são os Israelitas que foram estrangeiros na terra do Egito. Podemos encontrar a mesma recomendação em êxodo 23:9:

“Também não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito”

Outro exemplo pode ser visto com relação ao mandamento da guarda do sábado:

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua.” Êxodo 31:16
“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” Deuteronômio 5:15

É importante saber que O termo וגרך (V'gerkhá), encontrado em Êxodo 20:10, significa ‘E teu convertido’, tendo sido traduzido como "nem o estrangeiro".

Temos então nesses casos, a explicita referência de que os preceitos contidos na lei mosaica são aplicados a vida do povo Israelita, o qual foi tirado do Egito por YHWH e possui um pacto eterno com o mesmo.

Portanto, se a lei é um estatuto perpetuo entre Israel e YHWH qual participação tem os cristãos com o dízimo? Nenhuma! O cristianismo não possui levitas (tribo de Levi) que precisem ser sustentados, não participa da festa do dízimo, pois reconhece que a mesma se trata de comemoração judaica, não paga o dízimo na proporção de 23,3% de sua renda ao ano e poucas são as igrejas que utilizam seus dízimos como auxílio aos pobres e necessitados.

Então, se o dízimo não é obrigatório como fica o texto de Malaquias que abriu essa discussão, é o que veremos agora.

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” Malaquias 3:8

Agora que temos uma visão mais clara acerca de quem era obrigado a pagar o dízimo, poderíamos deduzir que no versículo citado acima se alguém estava roubando a Deus era um Israelita, pois somente eles tinham e tem a obrigação de cumprir os preceitos de sua aliança. Porém, há outros pontos no livro de Malaquias que precisam ser atentados para que tenhamos uma melhor compreensão do texto.

Primeiramente, notemos para quem é destinado o livro de Malaquias:

“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?” Ml 1:6

“Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.” Ml 2:1-2

“Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas.” Ml 3:3

O sacerdócio pertencia a tribo de Levi. Portanto o texto acima esclarece o fato de que para IHWH são os sacerdotes que precisam ser purificados.

Portanto, temos a evidência de que o livro de Malaquias é destinado aos sacerdotes. Prosseguindo na leitura de Malaquias 3 encontraremos o que motivou as exortações encontradas no livro:

“Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos” Ml 3:5

Como vimos anteriormente os dízimos pagos pelos Israelitas além do sustento do Levita e das festas religiosas eram utilizados justamente para ajudar a viúva, o órfão e o estrangeiro, citados no texto acima. Com isso entendemos o “roubo” que tem sido realizado contra YHWH. Os sacerdotes portanto, são aqueles que estão roubando a Deus, pois, provavelmente estão se aproveitando dos dízimos e das ofertas alçadas para seu benefício próprio, deixando de lado os outros beneficiados(viúvas, pobres e estrangeiros). Dessa forma, como sempre foi no tratamento de YHWH com Israel, o pecado dos lideres leva a maldição de toda a nação:

“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.” Ml3:9

Assim chegamos ao famigerado versículo 10, no qual encontramos a ordem do pagamento dos dízimos:

“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos” Ml 3:10-11

Com o que foi exposto até aqui sabemos que o significado do texto é:

‘Tragam seus dízimos ao meu templo, de forma que os sacerdotes ofereçam os sacrifícios e os levitas, as viúvas, os pobres e os estrangeiros sejam assistidos em suas necessidades. E provem-me, se eu não fizer com que haja chuva suficiente para que sua terra seja abençoada e dê muitos frutos, de forma que todas as nações reconheçam sua felicidade e vejam como sua terra é frutífera”

Então, temos que o texto mais utilizado como prova de obrigatoriedade do dizimar, a custo de o que não o fizer ser considerado um “ladrão”, trata-se na verdade de um texto direcionado a liderança fraudulenta de Israel.

Temos ainda o testemunho dos primeiros 200 anos da igreja cristã apresentado no livro “Tem a Igreja a Obrigação de Ensinar a Dizimar?", escrito pelo Ph. D. Russel Earl Kelly:

“Clemente de Roma (c95), Justino, o Mártir (c150), Irineu (c150-200) e Tertuliano (c150-200), todos se opunham ao dízimo por ser estritamente uma tradição judaica. O Didaquê (c150-200) sancionava aos apóstolos itinerantes que ficavam mais de três dias e depois pediam dinheiro. Os viajantes que decidiam se combinar com eles viam-se obrigados de aprender um ofício”

Se as colocações expostas até aqui são dignas de aceitação, o cristianismo deve ver o dízimo de forma muito diferente do que tem visto. Penso que a contribuição dos membros para o sustento de uma comunidade cristã é algo correto, porém o mesmo não pode ser feito de forma obrigatória, com ameaças de punição divina. As contribuições podem ser em forma de dízimo, sem problemas, desde que se tenha a conciência de que é apenas uma contribuição e não uma ordem divina.

Cabe a cada cristão optar por ser um dizimista ou não, mas aos que leram os estudos expostos nesse blog, já não há motivos para pagar dízimos por medo de estar desobedecendo a uma ordem de Deus, pois, como foi exposto, se há uma obrigação de ser dizimista essa mesma existe somente aos judeus. Se você deseja ser dizimista não por medo ou obrigação, mas por acreditar nas obras praticadas por sua comunidade e por ter o desejo de contribuir com a mesma, creio que as recomendações do Pr. Ricardo Gondim são muito boas:

“Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:
Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.”

Roubará o homem a Deus? Não, não roubará, mas dando seu dinheiro em mãos erradas o homem também não está contribuindo com a ajuda aos necessitados.

Anderson L. Santos Costa

Vivendo sem Deus

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Lembrei-me de uma reflexão que tive quando assisti o filme “Deus É Brasileiro", e farei uma exposição da mesma, aqui.

Para quem não assistiu o filme, o mesmo se trata de uma estória na qual Deus vem a terra com o intuito de encontrar um substituto para ele, a fim de que o Todo-Poderoso possa tirar férias. Esse substituto já foi escolhido e Deus apenas está a procura do mesmo, pois por ser um homem muito nobre ele está constantemente mudando sua localização devido a suas atividades humanitárias.

O que me levou a reflexão e que, para mim, é o clímax do filme foi o momento do encontro entre Deus e seu escolhido. Ao contrário do esperado, o escolhido rejeita o seu chamado e por um motivo no mínimo curioso: Ele é ateu!

Em meio a gargalhadas minha mente começou a raciocinar. Comecei a me perguntar sobre a lição que aquela simples cena me trazia.

É necessária uma crença religiosa para que o homem tenha uma conduta reta? Deve o homem orientar sua vida e seus princípios por uma consciência de estar sendo "monitorado" por um Deus inclemente e que está pronto para recompensá-lo com vida eterna, caso pratique o que é justo, ou sofrimento eterno, caso pratique a injustiça? Minha resposta pessoal é não.

É muito difícil para mim, que tive formação cristã, crer que existe algum tipo de bondade inerente ao homem. Afinal, fui ensinado que o homem é de natureza má e que só quer fazer o mal, sendo incapaz de buscar fazer o bem (Rm 3:12). Porém, mesmo recebendo estes ensinos eu sempre pensei que Deus não é motivo para que eu faça o que é certo. Como dizia, nas aulas bíblicas de domingo, meu amigo Pr. Paulo “ninguém precisa ser crente para fazer o que é certo, pois tanto crentes quanto incrédulos sabem o que é certo e o que é errado”. É interessante pensar que de certa forma a própria bíblia não discorda dessa idéia. Vemos Paulo de Tarso defendendo a idéia de que independente da fé em Deus, cada ser humana possui uma lei interna que o instrui sobre o que é certo e o que é errado:

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” Rm 2:14-15

Não sigo a mesma linha de pensamento de Paulo, pois ao contrário do apóstolo de Cristo minha atenção está na vida terrena e não em um possível julgamento futuro. Com a idéia de que a consciência sobre o que é certo e o que é errado se faz presente na natureza humana, eu penso que não apenas é possível como também é necessário que o homem busque praticar o que é bom não para tentar agradar a algum tipo de divindade e sim como contribuição a paz e o desenvolvimento da humanidade. A necessidade de pessoas boas e solidárias no mundo deve ser o motivo para as obras filantrópicas e não o desejo de obtenção de um galardão em uma futura vida celestial.

De certa forma compreendo as palavras de John Hick em seu livro “O Mal e o Deus do Amor”:

“O mundo deve ser para os homens, pelo menos até certo ponto, etsi deus non daretur, “como se Deus não existisse”.”

John Hick trabalha com a idéia de que o mal existente no mundo é prova de que Deus está presente no mundo, porém se faz ausente. Para John, a vida humana deve ser vivida como se não houvesse um Deus cuidando do mundo, e dessa forma o mal deve ser entendido como causa/conseqüência dos atos humanos, não tendo responsabilidade divina. Ele trabalha com a idéia de que para dar liberdade ao homem Deus precisa mantê-lo afastado. Para complementar seu pensamento, cito a continuação do mesmo texto:

“Ele precisa ser cognoscível, mas apenas por um modo de conhecimento que implique uma resposta livre da parte do homem, consistindo essa resposta em uma atividade interpretativa não-compelida através da qual experimentamos o mundo como realidade que media a presença divina”.

A idéia de John H. é muito interessante, e possui certa relatividade com o que pensava o teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer:

“Nossa maioridade nos conduz a um verdadeiro reconhecimento de nossa situação diante de Deus. Deus quer que saibamos que devemos viver como quem administra sua vida sem ele. O Deus que está conosco é aquele que deserta de nós. O Deus que nos permite viver no mundo sem a hipótese funcional de Deus é aquele diante do qual permanecemos continuamente. Diante de Deus e com Deus, vivemos sem ele.”

Assim como John Hick, Dietrich Bonhoeffer nos diz que devemos viver crédulos da existência de Deus, porém como se ele não existisse. Dietrich entende que Deus não pode nos ajudar nesse mundo, e justamente por isso é necessária uma forma de viver como se Deus não existisse. O motivo para fazer o que é bom não é o intuito de agradar a Deus e obter alguma recompensa do mesmo, pois, para Dietrich, Deus não pode fazer nada por nós nesse mundo.

Dessa forma, Deus não deve ser o motivo para que tenhamos uma conduta reta. Nem medo de punição nem desejo de retribuição devem servir de combustível para as boas ações. Não acho tão nobres as boas ações que são motivadas por medo de um sofrimento eterno ou com o intuito de obter retribuição divina. Acredito que é muito mais nobre aquele que pratica o que é bom simplesmente por saber que isso é o melhor para ele e para todos.

Concluo minha reflexão crendo que existe bondade sem crença em Deus. Creio na existência de Deus, mas procuro tomar minhas decisões fora da lógica agrada/desagrada Deus. Portanto vivo, na presença de Deus, sem Deus.

Anderson L.

Fontes utilizadas:
O Mal E O Deus Do Amor - John Hick
Um Novo Cristianismo Para Um Novo Mundo - John Shelby Spong

 

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